domingo, 4 de dezembro de 2011

Ladainha dos Santos de Santa Sara Negra





Neste sábado, findamos a semana trazendo um pouco da exultação sagrada da “Cangré Kumpania Fellahu”, e presenteamos os leitores com uma das Liturgias que é empregada na Avém Vourdakie Rromáh ou Tradicional Roda Cigana, que sem sombra de dúvidas, pode ser pronunciada por vocês.


- Leia mais em: Congrega Lupino


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Bruxaria Tradicional e o Trabalho com os Demônios

“Uma vez que abrimos os olhos a esta outra dimensão, quando de fato enfrentamos o desafio e podemos compreender o quão real ela é, podemos nos valer do livre-arbítrio e fecharmos os olhos novamente, ou nos preenchermos do velado poder do ‘Espírito Santo’ para nos preparar para o próximo ciclo. O ‘Espírito Santo’ é o poder que escapa nas rachaduras da abóbada celeste, que dá sua atenção somente àqueles de verdadeiro potencial espiritual, dentro do que os peregrinos chamam de Basílica da Santidade Negra. Aqui está o ponto onde se separa o Santo do Mundano, pois este processo é o do despojamento último, da nudez total de todos os valores morais agregados ao ser. Só assim somos capazes de descobrirmos a biografia dos demônios e consequentemente, os nossos”.

O texto A Bruxaria Tradicional e o Trabalho com os Demônios, trata de questões que em alguns momentos podem passar despercebidas. No início do ensaio, Qelimath fala sobre como a verdade é percebida individualmente, e que durante o trilhar do Caminho, a cada novo passo, é oferecido ao peregrino a capacidade de perceber a mudança, seja dessa verdade individual, seja da forma como ela é percebida: A realidade muda de acordo com o que se experimenta e só através da disposição de uma experimentação mais ampla se é capaz de alcançar uma fração maior da sabedoria.

É mencionado novamente a Encruzilhada, o encontro de dois caminhos, onde o peregrino fará escolhas: Tal escolha exigirá bravura em um nível raramente experimentado anteriormente: a saída da zona de conforto para um turbilhão de experiências que irão muitas vezes nos tirar todo o chão. [...] Aqui cabe adicionar que o trabalho deste nível é destinado aos fortes de espírito, àqueles que não se deixam abater por seus demônios traduzidos em neuroses e paranóias. A meta é encontrar o ponto onde negação e afirmação se alinha no fortalecimento do ser. Não é um caminho para muitos, mas um dos caminhos.


Boa leitura!


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Processo de formação da Bruxaria Tradicional no Nordeste Italiano

Neste fascinante ensaio, dividido em três partes, Mazarol Rosmarin - um praticante hereditário de Bruxaria Tradicional do Nordeste da Itália (Stregoneria) nos fala sobre todo o processo de formação da bruxaria naquela região.

...A tradição popular por si, também chamada de catolicismo popular pelos atuais teólogos, é uma mescla de catolicismo com tradições folclóricas, numa espécie de animismo, onde santos e espíritos pagãos se tornaram a mesma entidade para o povo, discordando da visão eclesial e dos antigos pagãos, nascendo algo novo, que demonstra a fluidez e dinamismo da cultura. Assim, figuras veneradas a três mil anos nos alpes italianos, são ainda hoje veneradas, mas na forma de santos e demônios, ou seja, o antigo culto se adaptou à nova realidade, criando uma micro cultura, dentro da cultura dominante, e por isso não podendo ser totalmente independente dela. Esse é o processo de inculturação ao qual negros, indígenas e judeus passaram mais recentemente...



terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Lobo Ferreiro – Parte 1

Do martelo à bigorna, do fole ao fogo, a força mágica que o Ferreiro carrega com seu ofício na forja vem permitir mais que uma simples aparência criadora.


Como é notório, dos ofícios ligados à transformação dos metais, o de ferreiro é o mais significativo quanto à importância e a ambivalência dos conteúdos que implica, e é aqui o ponto "x", da alquimia da bruxa. 

O martelo, o fole, a bigorna, revelam-se como seres animados e arrebatadores. Supõe-se que podem operar por sua própria força mágico-religiosa, até mesmo sem ajuda do ferreiro e este por sua vez deve dominar essa arte.


A forja comporta um feitio cosmogônico, criador e infernal, nada menos que um aspecto iniciático, que por fim revela-se na edificação do ser. Eis a ocupação primeva da bruxa tradicional. 

domingo, 6 de novembro de 2011

Especial Dia de Finados: Ensaios sobre a Morte e os Mortos - Bruxaria Tradicional

O mês de Novembro, que se abre com o Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados, é um período de devoção ainda mais especial aos Mortos, seja na Bruxaria Tradicional, seja em diversas outras culturas e caminhos do espírito.

Para coroar este mês, o Crux Sabbati trouxe uma série de artigos especialmente para este período.

Leia sobre a Necromancia na Bruxaria Tradicional da Sérvia, sobre o Dia de los Muertos, sobre os costumes relacionados aos mortos nos alpes orientais, conheça o Hino Órfico para a Morte e saiba mais sobre como são comemorados os Mortos no Vodou do Haiti.

sábado, 29 de outubro de 2011

Veneficia: A arte de envenenar ou perfumar através das práticas feiticeiras.

"Veneficium é um termo de origem grega que denota não só a fabricação de drogas e venenos, mas encamentos de toda e qualquer espécie¹, inclusive a fabricação de perfumes e o ato de perfumar em si, que há muito é associado às práticas mágicas². E quanto a isso, já dizia Paracelso que o que diferencia a cura do evenenamento é a dose e a quantidade. Ou seja, Vida e Morte como sempre andam de mãos dadas. 

Há milênios a bruxa é retratada na literatura como aquela que cura, mas que também amaldiçoa. É conhecida como a vilã da jornada do herói, mas que em última instância, é ela quem desencadeia suas descobertas através dos seus obstáculos e da imposição das suas provas. É a Circe de Homero que através do Veneficium transforma os parceiros de Ulisses em animais, mas que também devolve a vida humana aos mesmos. É a Medéia de Eurípedes que em troca do carneiro de ouro que entregou a Jasão recebeu o desprezo do mortal e então em punição, através dessas mesmas artes, envenenou seus filhos a fim de ver o pai em desespero. (...)"


Imagem: Circe Invidiosa (Waterhouse, 1892).


Veja o texto completo aqui, no blog Diannus do Nemi

________________ 
¹ GRAF, Flitz. La magie dans l’ Antiquité greco-romaine. Ideologie et Pratique. Paris: Les
Belles Lettres, 1994.
² FINNÉ, Jacques. Erotismo e feitiçaria: O amor bruxo através dos tempos. São Paulo: Edições MM, 1973.  

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Uma Noite Bruxa às Margens do Danúbio - Bruxaria Tradicional

Saiu hoje mais um interessante texto na Coluna Bruxaria Tradicional do site Teoria da Conspiração.

Nesta entrevista feita por Nicholaj Frisvold com o bruxo sérvio Radomir Ristic, ambos debatem as origens da Bruxaria Tradicional na região dos Bálcãs e sua influência sobre a Bruxaria Tradicional na Europa como um todo.

Radomir apresenta evidências tanto populares quanto historiográficas da sobrevivência da Bruxaria naquela região, e enfatiza que para as bruxas balcânicas sua Arte não é uma religião, mas sim um contato de comunhão com as diversas classes de espíritos e seres que habitam este e o outro mundo.  "Elas não são sacerdotes ou sacerdotisas que adoram a Deus ou deuses e deusas, mas pessoas que “andam” entre os mundos e tentam fazer um efeito em ambos os mundos (material e espiritual) e, portanto, dentro delas mesmas." 

Danúbio
De acordo com ele, a Bruxaria Tradicional é uma mescla de paganismo popular, cristianismo herético e metodologia xamânica; uma Arte e Ofício anterior aos ressurgimentos românticos da bruxaria moderna, o que é embasado nos estudos de antropólogos e etnólogos da região.  "A bruxa pertence em toda parte! A Bruxaria Tradicional não é uma religião e, por extensão, também não é necessariamente uma religião da natureza. Ele se encaixa em todos  A bruxa pertence em toda parte! A Bruxaria Tradicional não é uma religião e, por extensão, também não é necessariamente uma religião da natureza. Ele se encaixa em todos os ambientes."

Ambos discutem temas polêmicos tais como a presença do Diabo dentro da Bruxaria na Europa, o conceito de sangue-bruxo e suas implicações, a comunhão com os diversos espíritos, a utilização de iconografia cristã pelas bruxas, locais de poder e de encontro, a origem da formação de covens, etc.


sábado, 8 de outubro de 2011

Bruxas e Heróis - Semi-deuses ou humanos ordinários com vidas extraordinárias?

Qelimath nos traz mais uma reflexão interessante sobre Bruxas e Heróis pela visão da Bruxaria Tradicional.

A Escolha de Heraclés - 1596, de Annibale Carracci.
O mito pode ser lido em  Memorabilia (Xenofonte, II, 1)
Em outras tradições pagãs [não confundir com o paganismo contemporâneo] que cruzam o mundo, a idéia de iniciação significa (ou significava) exatamente esta possibilidade: a do neófito ou peregrino “renascer” como “filho” ou “protegido” por uma determinada deidade tutelar. Encontramos exemplos deste tipo de significado nos rituais iniciáticos que consagraram César para Vênus, ou Alexandre, o Grande, para Amon. César era, com todo o direito conferido pelos sacerdotes de Vênus um "semi-deus" – um ser de dois mundos caminhando sobre a Terra, um humano extraordinário. Toda a idéia de santos tutelares do cristianismo é proveniente desta raiz, embora ela tenha vindo castrada de todas as características libertárias (e libertinas) do que era ser um deus.


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Ol’ Hornie e o Diabo - Bruxaria Tradicional

Neste interessante ensaio, Nicholaj de Mattos Frisvold nos traz mais palavras importantes para a compreensão do Diabo na Bruxaria Tradicional, a função do Magister de um Cuveen de Bruxaria quando assume a posição do Diabo ao tomar o Forcado, e o eixo que este assume trazendo a comunhão dos Antepassados com os Anjos no Campo dos Vivos.

...Em um cuveen de Bruxaria Tradicional, o Magister com seu forcado representa o Ol’ Hornie (o Velho Chifrudo). Através deste ofício, ele também é chamado de “Diabo”, mas não podemos confundir esta identificação, “Diabo”, com seu conteúdo normativo cristão - como uma força em oposição anti-cósmica ao plano divino, e assim, com o conteúdo lido como se fosse o ofício de “Satã”, ou ainda no vernáculo moderno, um promotor. Vemos a necessidade do foco nos chifres, se dados a Moisés por Michelangelo ou pela Igreja aos espíritos misteriosos da terra e as manifestações noturnas das bestas domésticas...


domingo, 2 de outubro de 2011

A Bruxaria Tradicional e suas diversas Manifestações

Atavismo de Spare
A Bruxaria Tradicional é um termo que engloba diversas vertentes da Arte Sem Nome. O termo foi cunhado exatamente para diferir as formas de Bruxaria anteriores ao advento da Bruxaria Moderna. Muitos caminhos podem ser definidos como Bruxaria Tradicional, mas cada qual contém suas particularidades.

Existem formas da Arte que contém um panteão específico de deuses, outras trabalham unicamente com espíritos da terra, sem uma devoção para algum tipo de divindade, enquanto outras são totalmente cristãs.

Draku-Qayin, discorreu sobre o tema, apresentando elementos específicos de alguns caminhos de Bruxaria Tradicional mais conhecidos.

..."Apesar do termo Bruxaria Tradicional ser um termo genérico que engloba todas essas diferentes práticas sob este título, não é possível generalizar que toda a Bruxaria Tradicional é isso ou é aquilo; por exemplo, é impossível generalizar que a Bruxaria Tradicional é pagã, assim como é impossível generalizar que ela é cristã, afinal, existem vertentes que trabalham com espíritos oriundos de culturas pagãs, assim como existem aquelas que trabalham com santos da Igreja Católica. A maioria dos Bruxos Tradicionais definem sua Arte como um Ofício, uma Habilidade conferida pelas Forças que regem a sua Bruxaria, mas há aqueles que vêem sua Arte de uma maneira mais devocional e religiosa. Tal é a diversidade que enriquece a Arte Bruxa, como o Dragão com suas miríades escamas luminosas, cada escama contendo um Arcano específico. E é exatamente por isso que, muitas vezes, a Bruxaria Tradicional é referida como “a Arte Sem Nome”...

- Leia mais em: Bruxaria Tradicional

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

"O Diabo Eleito" de Nick Frisvold na coluna de Bruxaria Tradicional do TdC


Na Coluna Bruxaria Tradicional do site Teoria da Conspiração, Nicholaj Frisvold nos fala sobre o Diabo, a qualidade diabólica - acusação, e sobre o apontamento como o Diabolos.

Comumente “Diabo” e “Demônio” são usados intercambiavelmente, mas é importante aqui distingui-los. Se seguirmos as primeiras transcrições gregas da Bíblia Sagrada, o Manuscrito de Vaticano número 1209, também conhecido com o “Emphatic Diaglott”, é interessante notar que no Evangelho de João, capítulo 6 onde Jesus aponta Judas como seu diabo, a palavra grega original é diabolos. Em outra passagem onde a versão King James (Rei James/Tiago) usa “diabo”, como através do 11º capítulo do Evangelho de Lucas, encontramos o daimone/demônio grego em uso. Na versão de King James, esta distinção é ausente e diabo é a tradução tanto para diabolos e daimone. Diaglott nos deixa claro que o chefe dos demônios é Baelzebubth/Baelzebub – e foi com o auxílio de Baelzebubth que Jesus, o Cristo, foi acusado de controlar a hoste demoníaca. Não há conexão aqui com demônios sempre serem diabolos.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Bruxaria Tradicional na região dos Bálcãs

Neste excelente ensaio sobre a Bruxaria Tradicional Balcânica, Radomir Ristic explora os principais conceitos da Arte Bruxa na região dos Bálcãs, apresentado alguns dos espíritos comumente contatados pelas bruxas daquela região, mostrando como a arte da Bruxaria sobreviveu até os dias de hoje e como ela é vista e praticada.

...A península balcânica é uma parte da Europa localizada ao sudeste do continente. Alguns dos países balcânicos são Sérvia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Monte Negro, Macedônia, Romênia, Bulgária, Albânia, Grécia, Turquia, etc. Porém, quando falamos sobre os Bálcãs falamos principalmente sobre os países centrais ou ocidentais. Estes países são Sérvia, Croácia, Bósnia e Herzegovina e Monte Negro. A Bruxaria Tradicional nestes países é uma de formas clássicas da antiga Bruxaria Européia. É um produto de herança cultural de vários povos daquela região; dos tempos antigos e modernos...


...Eles acreditaram em espíritos da natureza, espíritos do destino, espíritos da morte, forças superiores, demônios, etc. Sua metodologia básica e prática da religião eram baseadas no paganismo popular e ritos xamânicos. O sistema de Bruxaria Tradicional Balcânica finalizou suas criações durante a Idade Média sob a grande influência do gnosticismo balcânico - os bogomilos. O sistema propriamente se tornou uma mescla do velho paganismo popular e do cristianismo herético com metodologia xamânica de execução ritual...


...A Bruxaria Tradicional Balcânica é uma mistura de paganismo popular, cristianismo herético e xamanismo. Antes de tudo, é um sistema mágico baseado em animismo e culto dos ancestrais. Não é alguma sub-religião ou qualquer coisa similar...


- Leia mais em: Crux Sabbati - A Bruxaria Tradicional na região dos Bálcãs

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Santos Feiticeiros - Bruxaria Tradicional

Santa Luzia, segundo a crença cristã, é uma protetora dos olhos e do sentido da visão. Sua história envolve a sua luta em defesa de sua crença e fé, assim como a de outros santos.

Devido ao seu envolvimento com o sentido da visão, certamente a figura de Santa Luzia está relacionada com a visão espiritual


Não sou digno de julgar a experiência de alguém como válida ou não, porém acredito que os olhos espirituais de Mephisto Ben Naha'Azh-Deha foram de certa forma abertos e de que uma aproximação mais estreita ocorreu entre ele e Aquela que Ilumina. No início de sua série Santos Feiticeiros, ele discorre sobre vários vestígios de figuras femininas e sua função de Iluminadoras:



"Nossa Senhora das Candeias parece partilhar com Luzia esse aspecto iluminador, com a diferença que Luzia se mostra no aspecto terreno como a "Virgem Noiva de Deus" e Nossa Senhora o aspecto celestial enquanto "Mãe de Deus"; uma relação também percebida entre Naamah e Lilith, Herodias e Diana, Maria Madalena e Shekinah.


[...]


Santa Luzia, portanto, tem em si muitos atributos que a correlacionam com a Mãe-Bruxa Lucífera, consorte de Tubalo-Lúcifer, o marcial Ferreiro Celeste, do círculo de Dezesseis Deuses-Fiéis como apresentados no Culto Sabático de Andrew D. Chumbley. Ela é a Virgem Donzela da Luz, de uma fascinante expressão estelar, radiante em pureza, beleza e amor, servindo muito bem como uma máscara iconostática da força Iluminadora e Reveladora, tão necessitada de contato nesses tempos crueis de obscuridade e ignorância".


Além de um relato histórico sobre a vida de Santa Luzia e estas relações, Mephisto divide sua prática com aqueles que desejam também se aproximar deste aspecto através do O Rito do Vaso da Luz.


Para ler Santos Feiticeiros I, A Virgem da Luz, ande pelo Jardim do Averno.


Que Santa Luzia possa nos abençoar com a clareza da visão e que sua Luz nos afaste sempre das trevas da ignorância.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Bastão dos Bruxos - Bruxaria Tradicional

Bastão pessoal de Enoque Zedro
Em mais um ensaio de sua série 'Regalias' sobre os Instrumentos da Arte, Draku-Qayin nos traz uma exposição sobre o Bastão, seu uso e significados na Bruxaria Tradicional.


O Bastão em sua hipóstase simboliza inicialmente o ‘Bastão do Peregrino’, ou seja, é uma forma de cajado ou bengala, que auxilia a caminhada do bruxo, e sua constante impressão sobre a terra conta os passos do andarilho. É, portanto, o cajado onde o feiticeiro se apóia para trilhar sua trajetória, o símbolo daquilo que dá apoio ao praticante no decorrer de sua peregrinação. Em sua forma de varinha, é a extensão do braço e mão do bruxo, simbolizando assim a extensão de sua Vontade. Sendo assim, percebemos que o Bastão é o símbolo da própria Vontade do Bruxo, e o objeto que o dá suporte em seu Caminho.


- Leia mais em: Crux Sabbati - O Bastão dos Bruxos

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Entrevista: Sobre os conceitos de Tarot, Ocultismo, Esoterismo e Exoterismo (Programa Diálogos Impertinentes)

Essa é uma entrevista de grande qualidade mediada por Mário Sérgio Cortella realizada com Sérgio Padovan (Arhan) tarólogo e pesquisador ocultista, Silas Guerriero, mestre e doutor de antropologia e professor do núcleo de ciências da religião da PUCSP e autor do livro “Magia existe?” e Fábio Quioce, jornalista da Folha de São Paulo. A entrevista passa no quadro Conversas Impertinentes” da PUCSP e do SESCTV. 

Inicialmente, conversam sobre a diferença de esoterismo e exoterismo do ponto de vista conceitual, a estrutura do hermetismo e sua relação do tarot e sua relação com o ocultismo. Silas Guerriero comenta sobre a história da magia e como o estudo da ciências da religião trata do tema da magia do ponto de vista acadêmico. Debatem o conceito de “ciência” bem como e “ciências ocultas” citando Eliphas Lévi, bem como Fábio Quioce também questiona sobre o papel do oculto. Arhan defende seus conceitos de livre arbítrio e destino, julgando serem conceitos separáveis e sendo impossível a crença em ambos os conceitos ao mesmo tempo, por serem contraditórios por natureza, também comentando ao longo do programa um pouco da sua própria experiência no campo do o culto e no campo das ciências exatas. 

- Leia a resenha da entrevista e veja o link para visualização completa no Youtube na seção de Documentários no blog Diannus do Nemi, clicando aqui.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Entrevista sobre Bruxaria Tradicional - Odir Fontoura entrevista Draku-Qayin

Detalhe de A Visão de Fausto (Luis Riccardo Falero, 1878)
No blog Diannus do Nemi, Odir Fontoura entrevista Draku-Qayin a respeito de Bruxaria Tradicional.

Nesta entrevista, Draku-Qayin, um Bruxo tradicional, astrólogo e historiador fala sobre as definições da Bruxaria Tradicional como um Ofício, a figura do Diabo na Arte Tradicional, Iniciação e Sangue-Bruxo e nos revela um pouco de sua experiência nos Caminhos da Arte Sábia.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Papa Legba: O Senhor dos Caminhos

O Vodou Haitiano é um culto extremamente feiticeiro, nascido de uma fusão natural entre as crenças e práticas dos africanos escravizados levados para o Haiti com as práticas de Bruxaria européia provindas da França.

Neste ensaio, o primeiro de uma série, Adriano de Carvalho (Draku-Qayin) nos fala sobre Papa Legba, um dos principais lwa dos cultos de Vodou, sem o qual nada é possível.

Papa Legba é o Senhor das Encruzilhadas e dos Caminhos, o portador das chaves entre os mundos dos homens e dos espíritos, e é ele quem garante a comunicação entre ambos os mundos.


Papa Legba é associado ao sol, e é visto como o doador da vida. É ele que transfere o poder de Bondye para o mundo material, e tudo o que vive nele. Isso fortalece ainda mais seu papel como a ponte entre os mundos. Sua posição como intercessor de Bondye faz dele um Lwa da Ordem e do Destino.


domingo, 17 de julho de 2011

O Chamado aos Poderes da Encruzilhada - Bruxaria Tradicional

A Encruzilhada....

O Local onde dois caminhos se encontram e quatro caminhos partem...

E Encruzilhada é um local de intersecção por excelência, o lugar onde os poderes vindos das quatro direções visíveis, e das quatro direções invisíveis entre estas, se encontram e se unem. A Encruzilhada é, portanto, o Ponto de Comunhão.

Desde tempos remotos, as encruzilhadas são associadas com as bruxas e os espíritos, nos mitos, nas lendas e na história. É na Encruzilhada que os bruxos vão para tomar decisões, é um local de oportunidades e mudanças.

Neste Ritual de Bruxaria Tradicional, gentilmente cedido pela Via Vera Cruz, o bruxo - seja o aspirante, seja o mestre - se coloca na Encruzilhada e chama pelo Senhor Chifrudo, o Diabo, para caminhar pelos ganchos e curvas do Caminho... e buscar seu verdadeiro Destino e Fardo.

...Ele está lá, no Caminho Cruzado, com o seu chifre e cajado ele está; aguardando o toque do sino e os pés daqueles que juraram o exílio que termina em sepulcro e lágrimas. Por muitos nomes ele foi chamado, e para manter a máscara devemos nos referir a ele como o Diabo, ou ele que porta os chifres. Os chifres de Selene, os chifres de justaposições, os chifres de um, e do outro, os chifres que marcam de uma condição para a outra – a santidade do assassinato e da rebelião...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A Arte Hoje por Robert Cochrane - Bruxaria Tradicional

Escrito originalmente em 1964 pelo falecido bruxo Robert Cochrane, um dos ícones da Bruxaria Tradicional, este ensaio é uma crítica ao cenário que se formou em relação à Bruxaria, e mesmo tendo se passado quase 50 anos, ele continua atual e extremamente relevante.

A Bruxaria Moderna pode ser descrita como uma tentativa do homem do século XX negar as responsabilidades do século XX. É uma crença segura e ingênua que a Natureza é sempre boa e amável. Também é uma crença, ou assim parece ser, de que se você pessoalmente pode ir ao contrário à evolução do pensamento, então talvez o resto do mundo pudesse seguir o exemplo. Boa o suficiente, a Arte é todas as coisas para todos os homens, se ela for uma simples crença panteísta para aqueles que acham isto, assim ela se tornou, já que os Mistérios foram evoluídos a todos os homens, e o Homem foi evoluído aos Mistérios. Qual das necessidades guia alguém a perguntar o que os Mistérios são?

- Leia mais em: Crux Sabbati - A Arte Hoje


+ Para leer este artículo en español haga un clic en: Dioses ehiralbos - El Arte Hoy

terça-feira, 12 de julho de 2011

Diferenças entre as Três Artes


Bruxa cavalgando o Cavalo de Jacó, indo para o Sabá

Há diferenças entre a Bruxaria Comum, a Bruxaria Tradicional e a Wicca, e elas são gritantes! Nesse ensaio vamos tentar esboçar um pouco das diferenças que conhecemos, mas nem de longe poderíamos aludir todas elas em absoluto, uma vez que os conceitos estão em constante descobrimento e mutação. 

Nós não temos interesse em dar um caminho para a bruxaria, mas sim, desde que tomamos posse de nosso legado, podemos deixá-la fluir. Podemos delinear a bruxaria Comum logo de início, e passaremos para a Tradicional e posteriormente para a Wicca, no intuito de apontar suas diferenças, na conclusão de que ela nasceu com o paganismo, infanto - tal como uma criança, e se desenvolveu na era cristã alcançando sua maturidade como uma arte e ofício imutáveis e sempre transformados.

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segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Peteca do Bruxo Brasileiro

Abordar temas religiosos do solo brasileiro ainda é um desafio mesclado de selvagerias, pois todas as manifestações religiosas ou culturais sendo naturalmente brasileiras ou não, são todas verdadeiras até um sentido, e defendem seu peixe com uma peteca de contenda, com o que tem de pior ou não.
Infinitas discussões aludam esse palco, e infinitas platéias ainda colaboram mais, é um jogo de petecas entre os leigos e eruditos, ambos mergulhados em causas de atrito.
Mas pérai, primeiramente deveríamos lembrar que desde a cultura indígena, temos uma riqueza religiosa infindável, da qual poderia ser mais bem aproveitada ou valorizada, pois, por mais que sejamos descendentes de europeus, viemos morar pra sempre em território brasileiro, e na Arte Bruxa o que se valoriza é o Genii Loci, certo?
De que adiantaria um mulçumano querer olhar pra Meca quando vai orar, se ele encontra-se na realidade, no meio da Amazônia? Estamos falando da necessidade de um ponto de poder que focaliza o Espírito tradicional.

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A Diferença entre o Diabo e Satã




Quem pensa que Satã é o nome do Diabo pode se surpreender ao descobrir que a palavra satã existia antes da palavra diabo. Em todas as línguas ocidentais, este último termo é o mesmo: devil, diable, diablo, diavolo, Teufel. E todas as línguas que têm esse termo também possuem o termo satã. 

Embora sejam mais ou menos a mesma coisa, não há Diabo sem Satã, e não há Satã, sem Diabo. "Mais ou menos a mesma coisa" hoje em dia, porém muito diferentes no princípio. Satan é uma palavra hebraíca que em geral significa adversário, nada mais. Às vezes ele é um ser humano, às vezes uma figura celestial.

Em Jó, no Antigo Testamento, Satã é um membro do conselho de Deus. Satã é um posto, seja de inspetor, seja de promotor. Satã é um título, não nome de ninguém. Satã não é o Diabo (embora viesse a tornar-se o Diabo em comentários cristãos ). 

No cânone do Antigo Testamento, exceto em Jó, raramente encontramos o Satã (ou Satã); quando encontramos, ele não é importante. O adversário de Deus - O Diabo - é chamado diabolos nos Evangelhos de São Lucas e Mateus. Essa palavra grega significa acusador ou difamador; foi traduzido como diabolus. 

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Adoração por Ambas as Mãos: São Pedro - Bruxaria Tradicional

Assim como o Bruxo serve aos Deuses Anciãos com ambas as mãos igualmente, assim devem todos os deuses e santos da adoração mortal virem para servi-lo nos Mistérios.

Adoração por Ambas as Mãos é um termo que por vezes aparece em ensaios sobre Bruxaria Tradicional. Uma prática comum aos Bruxos e Feiticeiros de diversas localidades, esta forma de adoração dual tem como intenção alinhar um santo, espírito, avatar ou deidade de um culto mortal à corrente fluída, eterna e quintessencial da Arte Sábia, e assim alinhado, tal espírito irá trabalhar como um dos muitos familiares do Bruxo em sua peregrinação.

Neste dia 29 de Junho, dia do famoso São Pedro, santo muito querido para diversos cultos e tradições mágicas, Draku-Qayin nos traz em seu Crux Sabbati, uma novena mágica para São Pedro, alinhada com as formas tradicionais da Arte Bruxa.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Entre a História e os Histéricos

Enquanto pessoas honestas fazem estudos sérios e produzem textos coerentes, muita (des)informação circula pela internet. Raciocínio circular, deturpação dos fatos e [por que não dizer] sofisma são proferidos por supostos gurus, sacerdotes e bruxos de pataquada, discursando sua pequena e limitada visão do que é a Bruxaria, arrogando a si mesmos uma autoridade discutível e risível.

No intuito de divulgar informação, fatos históricos e artigos coerentes no aspecto histórico, antropológico e folclórico, eu disponho aos amigos e leitores do Bruxaria Tradicional os links com as transcrições da Revista de História Biblioteca Nacional.


Boas leituras!




domingo, 5 de junho de 2011

A Lei Natural de Eros

The english version of this text may be read in Speculum Celestae, clicking here if you are an english reader.



A Lei Natural de Eros

Debates a respeito do natural e o perverso estão surgindo constantemente. Homossexualidade e práticas sexuais ‘incomuns’ de qualquer variedade geralmente chamam a atenção, pois aqui, no mundo do sexo, todos os homens e mulheres encontram suas inclinações mais puras e sua escuridão mais crua.  A escala nestes debates está entre as inclinações pessoais sensuais, em como elas são mediadas com uma moral universalista que insiste que todos possuem as mesmas inclinações sensuais — e aqueles que escapam do lícito são considerados  pervertidos — ou pior. Estes discursos morais são, quase sempre, ditados sobre motivos religiosos, propagando uma escala muito curiosa entre a liberdade e o pecado, e a vergonha das  inclinações. Neste clima de ‘uma moral que serve para todos’ a resistência chega naturalmente à superfície.

Os debates que vemos hoje podem ser ancorados no século XI e nos debates eclesiásticos sobre a Lei Natural — aqui encontramos São Tomás de Aquino, que realmente nos disse para olharmos para a natureza para que pudéssemos ver o que era natural, desde que ele não considerava o sexo como algo particularmente sagrado — mas sim algo que os humanos compartilhavam com todos os outros animais.

No Livro de sua Summa, Tomás discute as questões da Lei. Dada a orientação platônica e a influência muçulmana as quais Tomás foi sujeito, podemos supor que ele, ao falar da Lei Divina, não estava falando de shari’ah, mas da essência do próprio Islã — submeter-se a Lei Divina, como Abdullah, um escravo de Deus. Essa idéia certamente envolve a doutrina do Destino e como todos nós nascemos com um condicionamento único, que permite um único caminho (lei) para a obtenção da bondade em nossas vidas. Ser um escravo de Deus implica que descobrimos a única lei que nos conduz à abundância, como uma extensão da Lei Divina. Como espelhos de Deus, nós, enquanto humanos, também refletimos todas as suas possibilidades espelhadas em seus 99 maravilhosos nomes. Há, portanto, uma distinção entre a Lei escrita e a Lei natural.

A distinção entre a Lei escrita e a Lei natural também está incorporada no cristianismo, nos evangelhos que falam da missão de Jesus Cristo. O que é evidente é que Jesus se considerava um profeta da lei eterna, escrita no coração de cada um nós. Aqui encontramos a divisão entre Lei, como um conjunto de regras de conduta vazio de razão. 'Siga a lei escrita e você não pode errar’ parece ser a mensagem, e a Lei transformada em um conjunto de regras que não precisa de razão para trazer a salvação. A lei eterna escrita em nossos corações segue uma dinâmica que necessita que estejamos conscientes sobre nossas ações e motivações. Infelizmente, a consciência está sendo gradualmente substituída pela temporalidade e interpretações morais dominando o momento sócio-espacial.

É a lei escrita no coração dos homens que Tomás de Aquino discute em sua Summa. É esta Lei que ao longo do tempo foi reinterpretada à luz moral e que deu origem à doutrina eclesiástica sobre o pecado e a sexualidade como a conhecemos atualmente no Ocidente. Tomás, por outro lado, foi acusado pelos teólogos posteriores de ser ingênuo nestas questões. Bem, a ingenuidade dele é a mesma posição que encontramos no tasawwuf (Sufismo), Advaita Vedanta e diversas linhas de pensamento místico.

No terceiro artigo do segundo Livro, Tomás trata a lei como uma forma de medida racional e vê a Lei eterna como algo em que temos uma participação única. Corretamente ele sugere aqui que a capacidade para a tentação é uma consequência da natureza da própria Lei, portanto, natural — porém, mais importante, ele diz:

Primeiramente, na medida em que ele inclina diretamente seus súditos a algo; às vezes súditos distintos a atos diferentes, e neste sentido podemos dizer que há uma lei militares e outra mercantil. Em segundo lugar, indiretamente, e deste modo, ao destituir a dignidade de um de seus súditos, este passa para outra ordem e assim sob outra lei. Assim, se um soldado é expulso do exército, ele se torna sujeito à legislação rural ou mercantil.

Estes comentários são similares ao que encontramos no Bhagavad Gita quando o texto discute a lei, isto é, dharma e karma. A Lei está sujeita ao que se pretende fazer — se o trabalho de alguém muda, por exemplo, então o mesmo acontece com as regras de conduta. A Lei concede uma passagem diferente para aquilo que é lícito e bom. Falando de forma simples, um soldado possui o dever de matar — esta é a lei pela qual ele vive, enquanto um comerciante vive de acordo com outras regras que valorizam outros atos no lugar de matar. Tudo é flutuante — e aqui estamos falando de papéis sociais. Ela deve, logicamente, se tornar mais rica em nuances quando medimos a Lei com a medida da natureza de uma substância, tal como encontramos em uma pessoa. O que Tomás tentou dizer é que existem algumas regras de conduta que são universalmente boas, pois elas refletem nossa Divindade. Todas estas são qualidades que marcam uma pessoa como portadoras de um bom caráter, que é proveniente do próprio Amor.

No sexto artigo Tomás é mais especifico quando diz:

várias criaturas têm várias inclinações naturais, de tal modo que aquilo que é, por assim dizer, uma lei para um, é contrária a lei de um cão, embora oposta à lei de uma ovelha ou outro animal manso.

O que causa uma divergência entre o homem animal e os outros animais é a presença da consciência. Mas isso é algo que é desenvolvido e não automaticamente atingido, como o Salmo 48:21 nos diz: “O homem, quando estava em honra, não entendia: ele fora comparado às bestas inconscientes, e feito como eles.

O que ele simplesmente diz é que com o advento da razão ocorre uma maior capacidade de discernimento. Até que a razão seja desenvolvida no homem, ele é uma besta orientada pelos impulsos da sensualidade, e como um animal humano ele é dirigido pela lei natural como qualquer outro animal que age de acordo com suas inclinações e impulsos. Com a razão, as inclinações podem tomar forma e se tornam expressões de nosso dharma. Aqueles que exercitam as inclinações naturais do prazer são fiéis a si mesmos — enquanto que aqueles que censuram a si com o archote da condenação revelam que são vítimas do chamariz da culpa. Através disso eles negam a eles próprios...

Esta distinção que Tomás faz entre os impulsos sensuais e a extensão da Lei divina conforme ela toma forma na razão é interessante. Ela pode ser interpretada como se as inclinações sensuais não estão sujeitas à Lei divina — mas ao desenrolar natural da própria naturalidade, quando agimos de acordo com nossa natureza, na forma de uma besta, vazios de razão — podemos dizer que a Lei divina tem precedência em qualquer forma, exceto como provendo uma sombra para as inclinações sensuais mediadas por um único coração?

A razão pode nos ajudar no entendimento de nossas inclinações sensuais; ela pode ser uma soberana serena que dá sentido às nossas inclinações e através disto, abrir as vias para o eterno. Esta possibilidade está aberta, não pela negação das inclinações — mas ao permitir que elas sejam mediadas pela razão e a sensibilidade às harmonias naturais.

E assim, a lei do homem, que pela ordenação Divina é a ele atribuída, segundo a sua própria condição natural, é que ele deveria agir em conformidade com a razão”, conclui Tomás. E com isso podemos resumir que nossas inclinações sensuais, em toda sua rica variedade, na medida em que traz felicidade — é simplesmente algo natural que agregado à razão pode trazer a bondade a abundância. A questão parece não confundir os planos como tantos moralistas odiosos tendem a fazer quando dizem que toda a criação de Deus é uniforme e singular — uma criatura das massas...

... Nisso, o sábio Eros pode germinar e revelar a grandeza criativa do Criador!

sábado, 4 de junho de 2011

O Forcado: O Mastro Bifurcado do Diabo - Bruxaria Tradicional

Neste ensaio, o autor Draku-Qayin nos presenteia com uma exploração do simbolismo do Forcado, também conhecido como a Estaca ou o Mastro Bifurcado.

Talvez um dos Instrumentos de Trabalho mais conhecidos da Bruxaria Tradicional, o Forcado passou a fazer parte inclusive de algumas práticas de Bruxaria Moderna, ao qual não pertencia originalmente.

O autor fornece os diversos simbolismos deste objeto, bem como os modos que ele é utilizado tradicionalmente por diversas vertentes da Arte Sábia, e finaliza seu ensaio presenteando o buscador com um belíssimo ritual para a construção e consagração desta Regalia da Arte das Bruxas.

sábado, 28 de maio de 2011

O Diabo Cor de Rosa


Em O Diabo Cor de Rosa, Qelimath expressa de forma clara os sinais visíveis de como a nova geração de bruxos trata uma das figuras centrais da Bruxaria Tradicional, ou melhor, expõe como essa nova geração de 'bruxos', modernamente criados, esquecem de manifestações que ainda estão presentes, mas em seus últimos suspiros de vivência.

Na contramão do que ocorre na Europa, que tenta reunir o máximo de dados culturais para recompor e recontar sua história, o brasileiro, descendente natural bem mais jovem, não demonstra esta preocupação. Esta gente brasileira, cuja população jovem reinava há uns dez anos atrás, deva começar a se preocupar em preservar sua cultura multifacetada antes que ela se perca na poeira do tempo.

Há, certamente, uma despreocupação entre os novos peregrinos com estas questões. Provavelmente, nós, os jovens, acreditamos que a nossa contribuição para as próximas gerações será criada, ou reinventada, para os padrões mais modernos, fantasiando que padrões tradicionais não sirvam para o nosso futuro. E nessa ânsia por estar ligado a um mundo tecnológico e moderno, acabam por esquecer-se daqueles que construíram a tradição de sua própria terra: Na contramão, a arte das benzedeiras e curandeiros perdidos nos rincões deste país enorme, que trazem não só as características principais das artes bruxas, mas também, uma história rica de encantamentos e que podem ser traçados de volta para diversos países europeus, é prontamente desprezada na velocidade de um clique.

O reflexo desse comportamento moderno é uma tentativa de clarear, suavizar ou abrandar as imagens da Bruxaria Tradicional: O Cornudo, pobre esquecido, o grande homem-bode de falo ereto e cheiro almiscarado, desce do pedestal de Diabo do Sabbath, vermelho como o sangue dos marginais heréticos, azulando-se de horror aos representantes gays no tal chamado ‘culto de fertilidade’. Ele finalmente chega aos nossos dias ganhando tons rosados – de tanto branqueamento - pela nova geração de ‘jovens bruxas’.

A preocupação da autora é como a de muitos outros peregrinos da Bruxaria Tradicional. É manter viva a Tradição, como uma herança daqueles que já se foram e um tesouro para aqueles que virão logo.

Leia O Diabo Cor de Rosa na íntegra clicando aqui: O Diabo Cor de Rosa.

Introdução: Em resposta aos sentimentos de aversão em relação à figura folclórica e arquetípica da Bruxa, houve uma subseqüente e colossal campanha de ‘branqueamento’ anexada ao ressurgimento de sua sobrevivência. Este ressurgimento ocorreu, em sua forma mais pública e popular, em uma forma de culto menos ‘nociva’ à moral cristã que permeia os costumes e usos da nossa sociedade.

Diante disto, é conveniente fazermos um balanço, uma análise do custo desta grande abertura de mercado diante das formas mais tradicionais do Ofício, mais habituadas a se manterem pequenas e secretas e menos preocupadas com a opinião pública e moral vigente.