Este espaço pertence a uma Rede de “Bruxos Tradicionais” que pretende mostrar o valor das formas de espiritualidades “indomadas”, cujas raízes se perdem no tempo e no mapa, geralmente praticadas por grupos que se conectam em Rede – aqui, ao menos virtual, e muito frequentemente de forma presencial, pelo menos quando a realidade pessoal e em seu torno permite.
Esta rede não busca consenso, e sequer se propõe ser “oficial e institucionalizada”, pelo contrário, busca preservar a identidade de cada indivíduo que se define como “Bruxo Tradicional”, e procura manter-se fiel ao espírito indomado da Bruxaria.
A completa noção de “organismos reguladores da fé” (associações, federações, igrejas, conselhos) para as tradições da terra é baseada em uma escala de valor mundana (não espiritual), onde os “bons” - aqueles que se encaixam em suas “regras morais” - carregarão seu selo de qualidade. Enquanto isso, os demais são estigmatizados como “charlatões da fé”, perseguidos e acusados como “adoradores de Satã”, ou ainda de praticarem “a fé errada”, de serem “imorais”, “maus”, “impudicos”, de que lidam com o “Diabo”.
Oras, nós aceitamos!
Isto porque afinal de contas os tempos não mudaram e a “sociedade civilizada” ainda carece de um bode expiatório para suas culpas mais profundas. Somos Bruxos, e então queimem-nos como nos queimaram antes, se é este é o único sentimento que seu Deus ou Deusa produz em você.
Estamos aqui para lhe dizer que o importante é que você tire suas
Próprias Conclusões
Se o que chamamos de Bruxaria Tradicional não for a sua praia, se nossos valores não são bons para você, tudo bem porque ninguém está lhe implorando para ser seu amado guru. O AMOR de um “peregrino” a um “mestre” em qualquer caminho é nascido da admiração e respeito, da generosidade que é compartilhar as descobertas espirituais que lhe fazem encontrar PAZ consigo mesmo. Mestres não são autoproclamados, são reconhecidos como tal.
Como a institucionalização da Bruxaria replica o modelo mundano para adaptar-se às massas, isto significa forçosamente a perda de aprofundamento na relação dos bruxos, que diríamos ser de caráter “familiar”, como uma congregação de parentes espirituais e, portanto, estes núcleos tendem a ser pequenos. Ninguém aqui quer te converter, ou pretende virar “guru de multidões”, mas buscam o compartilhar dos saberes indomados com outros marginais e estranhos do mundo, como os próprios autores aqui citados.
– e muito bem – Rae Beth
"Que eu seja como algo que tece o pano na floresta, profundamente escondida. Que eu possa fazer o meu trabalho sem interrupção.
Que eu seja uma exilada, se é este o sacrifício" – RB, em A Bruxa Solitária – Ed. Bertrand Brasil, 1990
Que eu seja uma exilada, se é este o sacrifício" – RB, em A Bruxa Solitária – Ed. Bertrand Brasil, 1990
Oras, então voltem para Igreja ou procurem outros caminhos religiosos que comportem uma imagem de “bruxa branca”, castrada de todo o seu esplendor.
Todo caminho possui sua própria beleza e não há mal nenhum em admitir que a marginalização – e esta palavra tem causado problemas e equívocos – não é para todos.
A Bruxa é a hedgewitch
a saltadora entre-mundos,
entre o civilizado e o natural,
entre o dia e a noite.
Não estamos aqui para muitos, nem para todos. Estamos aqui para uma raça especial, que tem estrelas nos olhos enquanto pisa sobre o dragão.
Somos, sim, “corruptores de cordeiros”, pois consumimos o ódio do rebanho como sempre fizemos. Nossa “religião” ainda não tem nome.
Não somos nem cristãos
nem pagãos,
nem pagãos,
Com cruzes e símbolos pagãos
Estamos tentando
construir a nova vida
construir a nova vida
Cujo nome ainda não é conhecido
(Kostes Palamas, poeta grego)